"...a molequada lá da área como é que tá? Provavelmente, correndo pra lá e pra cá, jogando bola, descalços nas ruas de terra... é! Brincam do jeito que dá!"
E agora, José?
Olha que fita. O 'grande' Mano Brown (sic), vai fazer um showzinho para uma galera pobrezinha: R$ 200, a cabeça. Muito bem. Quem, no começo da década de 1990 era 'anti-playboy', 'anti-branco' e etc., e em meados da mesma década ficou sem gravar durante 4 longos anos sob a alegação de "tem muito playboy (é, isso mesmo, PLAYBOY) comprando nosso disco, por isso paramos"? Ora, ora! Será que a Burguesia é outra, mudou radicalmente, escureceu ou sei lá? Ou será que a noite virou dia e o tal do Mano (não meu, é claro) virou a casaca?
Fazer cara de mau, pose de favelado, dizer que é periferia, que é preto e pá; por outro lado, dá declarações dizendo que o "José Serra é um cara neutro"*
(veja no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=K4KX5wCzAoY) - o que será que ele entende por 'neutralidade'??? -, faz festinha para "os branquinhos do Shopping", usa cordãozão de ouro e tals, e deixa os neguinhos do mesmo jeito de sempre: "pedindo cigarro prum tiozinho no ponto, dente todo zuado, bolso sem nenhum conto". Que beleza! Este é o nosso grande porta-voz, o 'preto 100%'.
Não preciso dizer mais nada desse lixo, né?! Para quem, como eu, começou ouvir RAP molequinho, com uns 7 anos lá em 1992, com músicas altamente politizadas e de protesto, isso é simplesmente o fundo do poço: Mano Brown é o fundo do poço de lama sujo que ele criou junto com a Burguesia branca com quem ele se aliou. Engolido pela Indústria Cultural que ele mesmo fomenta com muito orgulho.
Ah, claro! Só para relembrar: "irmão, o demônio fode tudo ao seu redor, pelo rádio, jornal, revista e outdoor. Te oferece dinheiro, conversa com calma, contamina seu caráter, rouba sua alma..."
Meus amigos pretos como eu - pelo menos na cor da pele - vão odiar eu falando mal do 'deus' deles. Pois bem, digo apenas o seguinte: eis um dos motivos de meu ateísmo.
* Apesar do Mano Brown ter dito que o Serra seria uma "catástrofe" como Presidente, deixa, e isso é óbvio, entender que a pequena politização que ele mesmo parecia ter vai por água abaixo. Pois, nenhum argumento é sólido, aliás, digno do senso comum mais baixo.
O texto abaixo é proveniente do site Yahoo! Brasil
Líder do grupo Racionais MCs, e apontado como uma das principais "vozes da periferia", o rapper Mano Brown vai se apresentar no Royal Club, no centro de São Paulo, no dia 18. Um dos sócios da casa, muito frequentada por jovens de classe média-alta, é Marcos Buaiz, marido da cantora Wanessa Camargo. Os ingressos custam R$ 200 (homens) e R$ 50 (mulheres).
O próprio Mano Brown postou a informação em seu Twitter. Já prevendo polêmica, ele tentou se justificar: "Não se trata de uma festa pra playboy. Trata-se de um espaço renomeado. Preço de acordo com a casa." Em mais dois tuítes, completou: "Lembrem-se, que no Brasil, as casas de Shows na imensa maioria, estão situadas em áreas centrais, muitas vezes áreas nobres. (...) Nem por isso, aqueles que cantaram e cantam nesses recintos perderam seus valores éticos e morais."
A apresentação de Mano Brown não será com o Racionais MCs, mas com seu projeto paralelo, o Big Ben Bang Johnson, que faz releituras de hits da black music nacional. Trata-se de um quinteto, formado por Brown e pelos rappers Ice Blue (também do Racionais), Lino Kriss, Helião e o DJ Cia.
Subsolo Urbano!