terça-feira, 26 de julho de 2011

Bossa Movement II

Bossa Nova! Aquilo que se apresenta, aqui, são fragmentos de uma década. Os dez anos da década de 1960, com toda a sua conturbada história - a história recente do Brasil e, concomitante, um pedaço da história da M.P.M. - são os anos mais frutíferos para a nova geração de músicos e o novo jeito de fazer, amplamente, música por aqui. Infelizmente, grande parte daquilo que aqui se expõe como 'boa música', cai em detrimento ao nos ser apresentado nas novelinhas (sic!) da grande tirana emissora de TV. Aquela coisinha mórbida, insossa, sórdida até, que passam naqueles folhetins mal feitos, que chegam a dar náuseas. Enfim, a Bossa, em meu pequeno entendimento, é muito mais que isso. Toda a nova forma de se fazer música, as influências vastas, toda a criação - que, hoje, como disse, soa aos ouvidos como comum ou mesmo como chulo -, outrora foi - e ainda penso que está por lá - o melhor de nós. Isso aqui é do tipo: coloca o disco, deita, reflete, relaxa, sonha, sorri e chora. Em uma palavra, exalta, de várias formas, a sensibilidade. O difícil é encontrar humanos sensíveis. Aliás, a dificuldade efetiva está em encontrar humanos...
Nada de nacionalismos mesquinhos! Antes e além disso, trata-se de entender e sentir um pouco daqui. Seja Mainstream ou Underground, a música brasileira nunca foi valorizada de fato, a não ser em círculos mais que estritos. E, infelizmente (mais uma vez!) com a 'popularização' veio o empobrecimento. Hoje até papagaio faz barulho no bico torto e chama de 'MPB': qual a diferença entre os barulhos 'universitários'? E todo restante da parafernália? Enfim...
Só para reforçar, a idéia primordial é apresentar um pouco do que considero, se não bom, ao menos audível. E, claro, por fim caímos naquilo que Kant dizia sobre o gosto: subjetividade. Todavia, há algo de objetivo. Nem todos o alcançam... O que ainda penso é na idéia de Marcuse sobre a transcendência material que isso pode proporcionar e, por isso, ser mais revolucionário que os 'revolucionariozinhos' de plantão, de escrivaninha, e os dos corredores das academias... Se Marcuse tinha razão? Não sei. O importante é a possibilidade de refletir sobre.

 Bem, o que havia para ser dito, pelo menos por mim, pelo menos por ora, foi-se, aqui e no primeiro post sobre o assunto - o Bossa Movement I, além dos anteriores SambossaJazz (alguns volumes). 

Portanto, por enquanto:

Bossa Movement II






















 1. Estamos Aí - Leny Andrade [1965]
 2. Depois do Carnaval - Carlos Lyra [1963]
 3. Amanhecendo Os Cariocas [1962]
 4. Menina Flor - Wilson Simonal [1963]
 5. Passa por Mim - Marcos Valle [1965]
 6. Nós Dois Wilson Simonal [1965]
 7. Olhando o Mar - Leny Andrade [1965]
 8. Madrugada (Carnaval Acabou) - Magda [1968]
 9. Só Tinha de Ser com Você - Elis Regina & Tom Jobim [1974]
10. Discussão - Wilson Simonal [1967]
11. Samba do Avião - Os Cariocas [1962]
12. Se é Tarde Me Perdoa - Carlos Lyra [1963]
13. Chora Tua Tristeza - Alaide Costa [1960]
14. Cartão de Visita - Flora Purim [1964]
15. Banzo - Leny Andrade [1965]
16. Samba de Negro - Wilson Simonal [1964]
17. Coisa Mais Linda - Carlos Lyra [1961]
18. Manhã no Posto Seis - Wilson Simonal [1963]
19. Wave - Os Cariocas & Lúcio Alves [1962]
20. Medley: Consolação/Samba do Avião/Ela é Carioca/Garota de Ipanema - Wilson Simonal [1964]


Bossa Movement II [ouve aí!]


Salve do Subsolo Urbano!