quarta-feira, 14 de julho de 2010

Os Gigantes também morrem...

Gigantes morrem. É o fim da infância que anuncia a densidade da morte. Morte de Gigantes; morte que fecha um ciclo que parecia ser infinito. É o fim de uma época e a confusão de outra que chega estabelecida, mesmo contra a vontade que se quer livre, que pensa ser em si e para si. No fim das contas, é tudo uma ilusão. Eles morreram, na maioria, e morrerão. Talvez seja a única coisa certa. O incerto - e há muito de incerteza - é em qual momento entramos. A semelhança com a puberdade, com a vida adulta, é indiscutível. Contudo, o que é ser isso? O que significa ser assim? A falsa moralidade, imposta de fora por algum ser abstraído da alienação vigente, só causa jugalmentos infalíveis e... imorais!
Os Gigantes se foram. Os que não foram, estão indo. Com eles, o Espírito. E, é claro, tal Espírito dorme ao relento, sendo arrastado. Nem se pode dizer que é contra sua vontade. Não tem vontade. É arrastado em seu sono perpétuo de um velho visionário. Ora, ora. O que sobra são migalhas de sinceridade, de autenticidade, de verdade explícita, nua e crua, criada e não imposta. É triste. Aquilo que fez sentido, num momento de extrema importância, hoje sobra em lembranças amargas. Os Gigantes estão indo: é isso que se tem óbvio.
Enfim, os Gigantes foram, morreram, sumiram até da memória. Esta também se foi. Distante dessa falsa moralidade autoritária, o que sobram são resquícios parcos e espassos de propriedade... Os Deuses morreram todos. Sobrou quase nada. Não pela falta e necessidade de Deuses, mas pela escassez de Homens. A vontade clamou por liberdade. Agora está aí, perdida sem saber o que quer. Os Gigantes morreram. Sobrou-nos confusão.
Os Gigantes morrem. Eis a desilusão infantil, o fechamento da alegria, a endurecimento da caminhada. De nada sobrou a não ser marcas profundas, brutas lembranças, que outrora eram doces. A perplexidade causada é mero estranhamento. A moralidade é simplesmente amoral: vai para além de si, já que, esse si, é abstrato, ilusório. Os Gigantes morreram e, com eles, foram todos os pequenos...

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