Um dos pontos altos da
atual crítica social é a evocação, consciente ou não, de uma falta de representatividade. Oportunidades não
dadas são radicalmente (pelo menos radical em aparência) contestadas.
Privilégios escancarados sofrem, igualmente, com comentários negativos. No
entanto, há duas dicotomias escondidas: em primeiro, o simples fato de haver representação, concreta ou abstrata,
satisfaz o crítico, ou pelo menos amaina sua ferocidade; em segundo, e talvez
mais importante, privilégios estruturais que se mantêm, ocultos ou
naturalizados – que é pior – servem de aporte para o crítico ao mesmo tempo em
que suportam sua posição (des)privilegiada.
Ora, no primeiro caso
pode-se pensar no ENEM: uma forma de “romper” com (ou melhor, diminuir) algumas das desigualdades
sociais, ainda que seja passível de alta crítica. Para se safar da crítica
radical, o próprio sistema, contudo, possui um método curioso: temas “humanizadores”
em suas propostas de redação e algumas questões, ou mesmo apenas uma, provindas
do mais alto escalão da intelectualidade de esquerda. Neste ano, o caso foi uma
questão fundada num dos textos mais importantes – ou talvez mais falados – do
século XX: A Indústria Cultural, de
Theodor Wiesengrund Adorno e Max Horkheimer. Com a questão proposta, a prova do
ENEM recebeu elogios até dos “mais ferrenhos” anticapitalistas. Os temas de
redação, igualmente, do ano passado e deste, especialmente, dão férias aos
dedos críticos que se esparramam pela suposta esfera pública atual – as redes
sociais. Todavia, o que não se pensa do ENEM é sua forma, independente de seu conteúdo, e o que esta forma carrega em
si.
Ainda que o ENEM
supostamente confira algum tipo de ruptura das desigualdades de acesso ao ensino
superior, ele acarreta na degradação da forma do conhecimento – e mesmo na
igualação formal de um conhecimento coisificado, que só é conhecimento quando
se filia àquilo que está sendo e pode ser, e à forma como é, pensado.
Supostamente confere alguma ruptura, pois, por um lado, enriquece o lobby das universidades técnicas, que
substituem o antigo ensino médio em “formação” de mão-de-obra barata –
portanto, não forma, de modo algum, pensadores e pesquisadores de alto nível –,
ao mesmo tempo em que mantém a divisão de classes: seletivamente – mas agora
com uma sutileza a mais –, lega as grandes universidades (também elas
apodrecidas – contudo, isto é outro assunto) para os de sempre, enquanto os novos atores (majoritariamente pobres)
são deixados, mais uma vez, na posição subalterna – entretanto, agora com um
toque de classe ascendente que nunca
ascende. Por outro, mantém e ratifica a fórmula liberal com ares de “progressismo”. A fórmula é velha
conhecida: isolam-se as desigualdades reais para elevar a igualdade formal à
universalidade. Um “Exame Nacional do Ensino Médio” que mede os “conhecimentos”
adquiridos (sempre supostamente) por
estudantes oriundos do segundo ciclo do ensino básico, tanto particular quanto
público, deve necessariamente abstrair das desigualdades (que engloba os
regionalismos) entre os indivíduos para se efetivar – além de, é claro, “provar”
que o ensino público faliu e que a saída para isso é a privatização do mundo! É
a fórmula liberal: negam-se processos sociais de engendramento das
ultradesigualdades sociais a fim de tratar todos como “iguais perante as 180 questões e uma redação dissertativa”. Mede-se,
consequentemente, conhecimentos (mede-se técnica e mecanicamente, diga-se)
adquiridos em 3 anos (mais uma vez: supostamente),
ainda que de forma abstrata, em 8 horas de prova – diga-se: com a tensão intrínseca
à categoria “prova”, com as expectativas de sucesso/fracasso colocados ali, com
a suposta possibilidade de ascensão social e, com ela, melhoria de vida e etc.
O ideário liberal que
se tornou segunda natureza dos indivíduos, mesmo aos críticos do liberalismo (e
de sua forma atual: o neoliberalismo), embrenha-se nas entranhas do processo
histórico e o esfacela. O que importa não é a falsidade do processo excludente
de uma prova de vestibular – que, diga-se mais, isenta as universidades
técnicas dos gastos com vestibular ao substituírem seus próprios processos pelo
ENEM; de, também, conquistarem ganhos fixos e avantajados por isenção de
impostos por concessão de bolsas de estudos (Prouni) como se fosse “esmola” aos
menos favorecidos e etc. –, mas a falta de representatividade:
ora! onde já se viu uma prova que não consegue nem mesmo ser plural? Que não
considera os pensadores de esquerda e desconsidera o movimento intolerante no
mundo (ano passado, tema da redação em torno da questão da mulher e do
feminismo; este ano, em torno da intolerância religiosa)! Quando estes entram
no jogo, parece que a tal prova foi pluralizada e, de certa maneira, democratizou-se
o processo[1].
Numa
sociedade na qual, grosso modo, a construção da subjetividade se dá como
produção objetiva de sujeitos-empresa[2], que
devem investir em si mesmos como mercadoria de valor de uso altamente rotativo
e de grande desgaste (por isso a necessidade da constante atualização), torna-se
difícil pensar que privilégios sejam privilégios e não produtos de mérito
individual. A psique do indivíduo, despreparada para tanta tensão, tende a
entrar em colapso diante de grandes frustrações num mundo que não aceita
frustrações[3],
por menores que sejam. A representação, por um lado e de algum modo, satisfaz o
ego desse sujeito-empresa; por outro, a crítica deve satisfazer o ego, não
esfacelá-lo – que seria inevitável em caso de uma revolução social[4].
Outro ponto importante do seu discurso [de Fernando Holiday] que constrói o seu
fantástico mundo é a ideia da meritocracia. É muito bonito de acreditar que
todas(os) têm iguais condições de disputar qualquer espaço na sociedade, sem
levar em consideração as profundas desigualdades existentes. O interessante do
discurso liberal é que ele desconsidera a história e a trajetória (...).
Teoricamente, todas(os) são iguais, têm direitos iguais e isso basta.
No debate das cotas é possível exemplificar bem a
fragilidade desse discurso liberal. O vestibular, uma prova de concurso, nada
mais é do que um prova com um conjunto de regras e equações e aqueles que
estiverem melhor treinados para aqueles padrões são os que têm o melhor
desempenho. Nem de longe uma prova como essa mede conhecimento ou capacidade de
aprendizagem. Ela apenas reflete os mais bem treinados para aquele padrão de
prova. Para quem acredita na meritocracia, o fato de todas(os) concorrentes por
uma vaga fazerem a mesma prova, com o mesmo tempo disponível, ou seja, regras
bem estabelecidas, já garante uma igualdade de condições e aqueles que
obtiverem o melhor resultado são os merecedores.
Porém, se a gente analisar esse mesmo processo
seletivo, levando em consideração o contexto histórico e as distintas
trajetórias, veremos que vestibulares e concursos são grande funis sociais.
Vamos pegar dois exemplos de pessoas com trajetórias bem distintas. A primeira
é uma jovem de classe média, que estuda em escola particular pela manhã, que a
tarde faz cursinho preparatório para o vestibular, que tem acompanhamento
psicológico, que os pais já possuem ensino superior e a estimulam de todas as
formas para o aprendizado. A segunda é uma jovem, moradora da periferia, que
estuda a noite, pois durante o dia precisa trabalhar para ajudar na renda
doméstica, com muito esforço faz um cursinho popular aos sábados. Essa, se
passar no vestibular, será a primeira da família a cursar o ensino superior.
Será que quando essas duas trajetórias se encontram
para fazer a mesma prova, com as mesmas regras, elas estão em condições iguais?
A política de cotas nada mais é do que uma ação que busca diminuir o abismo entre essas trajetórias e garantir oportunidades
para aqueles que historicamente foram excluídos. [Grifo meu][5]
Duas coisas: primeiro, qualquer coisa que seja feita sem
contestar a estrutura das relações sociais, tais como são produzidas e não
somente como são reproduzidas, tende somente a “diminuir o abismo”, sem, no entanto, eliminar as desigualdades, nem
mesmo criticá-las efetivamente; em segundo lugar, a meritocracia, tal como
manda o ideário liberal conjugado ao “jeitinho” intrínseco ao caráter
brasileiro, somente é “ruim” quando não atinge o indivíduo em questão[6]. Basta ver que, para este
caso, as mesmas estruturas de relações que eram consideradas excludentes, podem
ser, por um passe quase mágico, tidas como inclusivas ou como algum tipo de
vitória e “diminuição dos abismos” sociais se forem protagonizadas por “gente da nossa gente”, isto é, caso haja algum
tipo de representação. Um passe de mágica, um misterioso salto “qualitativo”,
que invejaria qualquer Barão de Münchhausen.
O fato dentro do fato –
o fato de haver representação dentro
do fato de uma prova que nega
processos sociais – amaina a consciência crítica, com sua abstração conciliadora
e universalista, que não esquece dos “sempre esquecidos”, e, por fim, consegue
adeptos e defensores até entre aqueles que dizem “pensar o processo
imanentemente”. Quando a aparência de oportunidades iguais camufla a
desigualdade profunda e impõe um simulacro de igualdade, ou contesta, ainda que
superficialmente, algumas desigualdades, tudo ok! Basta não apresentar o monstro que sabemos existir e que,
contudo, negamos veementemente ao mesmo tempo em que vivemos por ele[7]. As
desigualdades permanecem e se ampliam, por fim, e a representatividade se
esgota com o bater do sino de “fim de prova”.
Por outro lado, os
privilégios escancarados – como esse monstro que alguém ousou emergir – sofrem
críticas profundas. Não é o caso de eliminar os privilégios, mas de não os
deixar tão aparentes. Como modus vivendi
do bom caráter brasileiro, é preciso ser radical na crítica ao privilégio para
mantê-lo na realidade efetiva tal e qual, mesmo que inconscientemente e mesmo
com uma crítica de boa-fé[8]. Privilégios
ocultados na realidade ou aceitos naturalmente, como se não fossem privilégios
mas o jeito que a coisa é, são
mantidos e estruturam as relações. Não se trata, para voltar ao ENEM, de criar
uma prova a mais, supostamente mais democrática; trata-se de eliminar, ou ao menos
fazer a crítica necessária, qualquer elemento que reduza os processos desiguais
a fatos eivados de igualdade formal.
A crítica só “tem razão”
de ser na medida em que há uma crise de representação – e não é isso,
exatamente, que aconteceu com o Rap, por exemplo, na virada para o novo século
quando as condições miseráveis escancaradas que davam base para as letras e
para a militância deixaram de ser escancaradas, ainda que não tenham sumido mas
se aprimorado e sutilizado? E não é o que acontece, hoje, com a individualidade
pequeno-burguesa-crítica que sofre quando seu ego não é minimamente satisfeito?
A crítica ferrenha esbarra, exatamente, na manutenção da estase do ego. Ela perde
sua razão de ser – até porque, visto o caráter do ego brasileiro, é mais afetivo-privada
que racional-pública – onde pede mudança de tudo, transformação radical da realidade, menos de seu ego. Parece que
tudo deve mudar, menos o espaço – psíquico, geográfico, sociocultural –,
ultra-arraigado e “zona de segurança e conforto”, do indivíduo que exige
mudanças.
Não é o caso, para o
ego estático que é barreira para as mudanças bem mais que a suposta “direita
fascista”, de, por exemplo, garantir proporcionalmente as vagas das
universidades públicas para aqueles que não possuem capacidade econômica de
pagar um curso particular, provindos da escola pública e comprovadamente
pobres. O caso se dá em garantir, gradualmente – gradualmente, aliás, já se
foram algumas gerações que morreram esperando a “evolução gradual” e a redução “gradual
das desigualdades” –, o acesso ao ensino superior, e que tal acesso mantenha as
distâncias necessárias entre as classes: você, pobre, preto, da periferia, que
vá para aquelas “universidades” que não possuem projetos de pesquisa nem de
extensão, tampouco produza “parte de uma elite pensante” (e a própria ideia de “elite”
deveria ser contestada radicalmente), enquanto nós, abastados de Moema,
Perdizes e afins, continuamos com os privilégios que já eram de nossos pais e
avós, portanto, naturais. Mesmo o mais marxista, o mais radical, reproduz
privilégios em seu microcosmo: filas afetivas para ingresso na pós-graduação,
indicações diversas, requisição das compensações sociais também para si e etc.
No fundo, ser
representado é diferente de ser
alguma coisa, de estar lá,
concretamente. O Ecossocialismo foi representado
com as propostas de mobilidade urbana em São Paulo (cidade) na gestão Haddad.
Mas só para “inglês ver”. Menos emissão de poluentes; pessoas mais dispostas
por aliar exercício físico, lazer e locomoção... Todavia, a estrutura perversa
do capital, que faz suas maiores vítimas na periferia da periferia do
capitalismo, continua a todo vapor, a ferro e fogo, sem descanso, num “moinho
de moer gente” – como uma das famosas interpretações do Brasil disse sobre nosso
processo histórico. O Ecossocialismo, então, nem entrou na pauta – ainda que uma parte dos críticos do capital
glorifiquem alguns tipos de pedaladas.
É fácil dizer que o
ENEM dá oportunidades àqueles historicamente prejudicados e excluídos. O
difícil é saber onde estão as tais oportunidades num sistema que opera, também
pelos privilégios egóicos, pela anulação de quaisquer oportunidades ao mesmo
tempo com elas pintadas na parede do cenário como horizonte (im)possível – tal como
as nuvens e o sol em O Show de Truman.
As questões que ficam
são: o ENEM não é um moinho ultrassutil de moer gente? Ou será que há, por meio
dele, alguma possibilidade efetiva, social, de mudança estrutural que não venha
com o adjetivo “gradualmente” acoplado? Além do mais, não seria o ENEM uma
reprodução do Jeitão brasileiro elaborado historicamente pelas elites, copiado,
em versão mais “popular” e “menos criteriosa” (mais “de qualquer jeito”,
portanto), para servir de pretexto e “compensação” simbólica para as classes
subalternas? Não seria uma cópia popularesca do malfadado vestibular, com o
mesmo grau de exclusão, mas com um ar menos “aristocrático”?
O que parece que pega é que a regra, a natureza do
sistema, é tanto aceita como natureza mesma, quanto sua forma é preenchida com
conteúdos diversos. Isto tanto para acalmar ânimos e manter as coisas como
estão, quanto para reproduzir os privilégios entre os privilegiados sem que,
contudo, isto
fique aparente[9].
[1] E mesmo neste
caso, uma parte da sociedade “critica” por conter temas ligados aos “vagabundos”
e “esquerdopatas”, ou mesmo por tratar dos direitos humanos que “só defendem
bandidos” (mas isto é crítica da esquizofrenia social, não há como tratar aqui).
[2] DARDOT, P.;
LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio
sobre a sociedade neoliberal. Trad. Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo,
2016.
[4] O Conceito de revolução, tão desgastado e
desacreditado, deve ser lido, aqui, como transformação radical da realidade;
isto é, como transformação profunda do modo de produção da sociabilidade e dos
indivíduos, não tendo a ver, somente, com a ideia de “guerra de guerrilhas” ou
de “revolução proletária” como teorizada no século XX.
Além do mais, é preciso considerar o
socialismo como mais que a tomada das mesmas estruturas de poder por parte da
classe dos que vivem do trabalho. Aliás, como diferente disso. Não é a
contestação dos privilégios burgueses por serem somente da burguesia. É a superação do modo burguês de relações
sociais, de relações de produção social da realidade e dos indivíduos em sua
totalidade. Foi isso que Marx, para desespero do marxismo tradicional, pensou:
transformação radical daquilo que dá bases sólidas para os processos capitalistas,
sendo a base mesma um processo especificamente capitalista. Portanto, pensou a
superação do modo de produção da realidade, fundado no trabalho abstrato e na
forma-trabalho que dá vida à toda objetividade social e à toda subjetividade.
[5] JUNINHO Jr. A meritocracia e o fantástico mundo de Holiday. Disponível em: http://www.almapreta.com/realidade/meritocracia-fantastico-mundo-holiday
[6] Aqui é
importante pensar que o nosso jeitinho
é produto objetivo de nossa história (do Brasil) de formação da subjetividade.
E mais: é preciso pensar que é uma construção dominante legada às classes
dominadas que a reproduzem em menor escala. Veja: OLIVEIRA, F. de. Jeitinho e Jeitão: uma tentativa de
interpretação do caráter brasileiro. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2012/11/12/jeitinho-e-jeitao-uma-tentativa-de-interpretacao-do-carater-brasileiro/
[7] São
interessantes os filmes de Sergio Bianchi, especialmente, no referido caso, o
seu Cronicamente Inviável (2000), no
qual o crítico ferrenho “alimenta” o sistema que critica.
[8] Novamente, Cronicamente Inviável é infalível neste
quesito. Além deste, o filme A Causa
Secreta (1994), também de Sergio Bianchi, além do conto homônimo de Machado
de Assis (no qual o filme é baseado), são exemplares disso.
[9] Adendo final: por conta da eleição de Donald Trump nos EUA, certa euforia histérica tomou conta dos progressistas. Importa saber que, pelo recorte que propus, a crise de representação toma conta do cenário. O alarmante desespero quanto à eleição de Trump faz parecer, implicitamente, que Hilary Clinton é progressista, seja melhor e mais bem preparada para manusear a máquina. Os iraquianos e palestinos, e migrantes oriundos do Oriente Médio e da América Latina que o digam! Por falta de reflexão e vocabulário chama-se Trump de “fascista”, enquanto a dominação econômica e política feita pelos EUA durante os anos Obama foram ofuscadas por seu carisma e sua cara de bom moço. Não que tenha sido como Trump promete que seja a partir de agora. Mas não estava longe disso. Tinha-se, nessa corrida eleitoral, um projeto radical xenófobo e etc., e um projeto imperialista mascarado de “natureza natural da coisa” (já que, uns mais outros menos, aceitamos o imperialismo contanto que ele se mantenha como está; isto é, tornamo-nos conversadores da desgraça por conta de seu sorriso condescendente). Trump não representa, com sua figura, minoria alguma. Clinton representa a continuidade de uma representatividade negra e, por si mesma, representa mulheres e a continuidade de uma política progressista (mais uma vez, os árabes que o digam!). Crise de representação é pior que crise real. Escamoteia-se a crise real por conta de uma representatividade abstrata. No entanto, a crise real não é deflagrada com a falta de representatividade. E isto é interessante. Trump talvez seja o desfecho real de uma sequência histórica, não uma ruptura radical. Clinton era além de real desfecho, sequência natural na ordem das coisas do Império.
Subsolo!
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